#CASA_DE_VIDRO
#Refrão:
Quem não tem casa de vidro
Que atire a primeira pedra
A verdade encandeia
As entranhas são estranhas
Até para as piranhas a esmo
O ermo é sempre o mesmo
Sob o peso do jamais
Em sombrio terno
Sem eternos planos astrais
O nosferatu sem nome
Come no prato do pastor
Vampiro que acusa o morcego de infrator
E quem paga o pato
É você mesmo, eleitor
que assinou o contrato
De ódio e de terror
Você, que rezou tanto
Agora vai pro Céu
Enquanto o seu imposto
Engorda o coronel
Com picanha e leite
De deleite apurado
E o povo que fique condensado
Tirei meus sonhos do isopor
Sobreviver é mais importante
Que mergulhar em estrada delirante
Eu, que não sou Dante
Quero um instante pra cantar
Meus amigos estão na estante do coração
Sem aglomerar a minha solidão
Soldados de papel marcham
Em tanques e tratores
Se ainda existe tortura
É porque há ditadores
Democracia dá e passa
Porque a fúria da traça peremptória
Apaga cada verso da História
Versões viram verdades
Vaidades de escorpião
Quando o peão vira rei
E a plebe tem vez
Falsos escocês pira de vez
Deturpa a lei até de Lavoisier
E a querela quem vai querer?
Um mero poema sujo
Levante tardes, bêbados e viadutos
Mesmo sem indulto oficial
Que a dança da esperança
Ainda seja portal de diamante
Que encante o mar
Nesta pátria de viscondes
Que o Conde possa mais que o marquês
E o Barão devore os coronéis
Do cerrado, da serra e do Senado
Que o cenário do canário volte
A ser equipado
E deixe de ser quadrado
Como fez o maldito gado
#AteuPoeta
01/05/2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário