FOGO SANGUE
Entre a algema e o fuzil
Coração meio febril
Já não bate
A mais de mil
Por paixão ou por cilada
O cidadão
já não senta na calçada
E a estrada é mortal
A História de sangue e sal
Sempre respinga
A dor púrpura
Do punhal
Que nunca cala
Nem mesmo falha
Pois a mortalha é imortal
E fala, na vida real
Quanto vale uma ferida
Aferida sem razão?
A vala leva fogo negro
Jogo perigoso
Velho povo
Tempo novo
Que se passa
Em lentidão
Desalento
Desatento
Só um toque
De lamento
Na maré
Da ilusão
Que irmana
E emana solidão
Ateu Poeta
29/05/2020